
O bandolinista Ian Coury nasceu em Brasília no dia 4 fevereiro de 2002, e ainda muito novo demonstrou interesse em aprender a tocar um instrumento. Aos sete anos de idade já tinha passado por aulas experimentais de bateria e guitarra, mas foi o cavaquinho que se afeiçoou e considerou ideal para o seu tamanho.
O amor ao bandolim veio meses mais tarde. Ian tinha 8 anos de idade quando foi apresentado ao instrumento, em um show de Armandinho Macedo no Clube do Choro de Brasília, em 16 de outubro de 2009.
Naquela manhã, seu pai lhe acordou animado, segurando um jornal e dizendo que o levaria a um show de bandolim. Ian, sonolento e surpreso com a abordagem, concordou em ir. Ele só não imaginava que aquela noite seria uma das mais importantes de sua vida, e que a partir dali sua carreira estaria traçada pelos próximos anos.
E foi entre uma coca-cola e um cochilo que Ian seguiu para seu primeiro show. Até então, só como espectador. Mas no momento em que Armandinho subiu ao palco tocando as cordas soltas de seu bandolim, Ian ficou hipnotizado. Tratou de avisar ao pai “é isso que eu quero tocar!” No intervalo, correu para o camarim. Queria porque queria falar com o seu mais novo ídolo. Prontamente atendido, foi incentivado a aprender a tocar bandolim. Hoje, relembra com carinho dessa passagem.
Alguns meses depois, Ian ganhou seu primeiro bandolim de 8 cordas. O professor e grande incentivador era Marcelo Lima, à época professor da Escola de Choro Raphael Rabello. O gênero musical escolhido para iniciar seu aprendizado foi o “choro”, e suas principais influências foram os bandolinistas Hamilton de Holanda, Armandinho Macedo e Jacob do Bandolim.
O professor Marcelo Lima não escondia sua corujice, e sempre comentava sobre o talento de Ian. “Esse menino vai longe, ele gosta de inventar, improvisar”, dizia.
E foi assim que, entre um aula e outra, um convite e outro, Ian começou a se apresentar e a se acostumar com os palcos, sempre bem acompanhado de seu amigo bandolim.
Aos 11 anos, subiu ao palco com Hamilton de Holanda, seu ídolo e grande incentivador. Aos 12, fez seu primeiro show solo no renomado Clube do Choro de Brasília, com casa lotada. Sucesso de público e crítica. Neste mesmo ano subiu ao palco com o Armandinho Macedo.
Aos 13, trocou o bandolim de 8 cordas pelo de 10, influenciado por Hamilton de Holanda. Foi também no palco do Clube do Choro de Brasília que Ian apresentou seu segundo grande show solo.
Aos 14 anos, recebeu das mãos de Armandinho Macedo uma guitarra baiana, presente enviado por Elifas Santana. Ian tem tanto carinho pelo presente, que até hoje intercala a guitarra com o bandolim em seus shows.
Hoje, aos 15 anos de idade, já teve seu talento reconhecido pela Academia Brasileira de Ciências, Artes, História e Literatura, Câmara dos Deputados de Brasília e da Revista do Choro. Em seu currículo, teve também participações nos Cursos “Global Strings Intensive” e “Summer Five Week”, ambos pela Berklee College of Music localizada em Boston/USA. Participou, ainda de festivais e conferências internacionais.
E não foi só. Ian subiu ao palco com grandes músicos reconhecidos internacionalmente, como Paquito D’Rivera, Cláudio Roditti, Hamilton de Holanda, Armandinho Macêdo, Toninho Horta, Manassés de Souza dentre outros.
O jovem bandolinista prova que talento não tem idade. Sua musicalidade não tem limites. Seus improvisos são criativos e sua maturidade musical o levou a ser considerado como uma grande promessa da música instrumental brasileira. A proposta do músico é tocar o instrumento de forma alegre, descontraída e despreocupada. O objetivo é dialogar com a música e “brincar tocando, tocar brincando”. Com inegável talento, Ian certamente tem muito a oferecer à música brasileira e internacional.